Será verdade que, por vezes, quando mais há para dizer, menos é dito.
Devo um bilhete à vida, um recado a Deus, uma página de Diário escrita para mim. Devo muita coisa ao que passou. Devo muita vida ao que foi. Devo muito a muita gente, devo muito a mim mesma.
Não me faço entender? Se calhar é porque há pouco para entender e muito para viver.
Apetece-me entrar em "mode" de folga. Pegar nos meus livros, ir sentar-me à lareira, parar o tempo e fazê-lo andar consoante a minha vontade.
Viver momentos de novo, viajar, fazer 20 anos outra vez, cruzar-me de novo com pessoas importantes, e depois cortar pedaços dessas imagens e fazer um livro de memórias. Sim, queria fazer um livro de memórias. De memórias do passado, do presente, e -porque não?- do futuro. Encontrar sonhos e medos. Rever conquistas e perdas. Juntar todas as peças, as que estão lá e as que não estão.
Não gosto de ser demasiado vaga, mas...
Parece-me que a vida não chega! Para dizer tudo, para mostrar tudo, para viver tudo. Para ser tudo, e nada, e mais um pouco do que não conheço, e do que tenho medo, o do que já fui e me deixa com saudades, e do que serei se souber ser paciente e aprender.
Até aprender a fórmula, vou gostando de músicas que sabem falar por mim.
"Dois lírios sobre a mesa
Uma janela aberta sobre o mar
Trago em mim a certeza
De quem espera p´lo teu voltar
Um cheirinho a café
Fotografias caídas pelo chão
E no ar uma canção
Traz-me uma recordação
Tenho tanto por dizer
Tanto por te contar
Que a vida não chega
Tenho o céu e tenho o mar
E tanto para te dar
Que a vida não chega
Tenho um poema escrito
Guardado num lugar perto do mar
Tenho o olhar no infinito
E suspiro devagar
(...)
O tempo aqui parou
Desde que te foste embora
Só a saudade ficou
já não aguento tanta demora
(...)
Tenho tanto por dizer
Tanto por te contar
Que a vida não chega
Tenho o céu e tenho o mar
E sei que vou te amar
Para a eternidade…"
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