quarta-feira, julho 27, 2011

While one person hesitates because he feels inferior, the other is busy making mistakes and becoming superior.


Henry C. Link
Caixas. Encaixotar, pôr num canto, preparar para as mudanças. Não há algo de profundamente nostálgico em fazer malas, em arrumações, em partidas?
Não há um toque de pó, de sujo, de velho, qual baú antigo de recordações? Não há um peso qualquer absolutamente louco e infantil nas memórias, nas recordações? Em especial naquelas que escondemos. Em caixinhas. Dentro de caixinhas. Como bonecas russas.
Não há um toque de esperança em partir, em viajar? No toque duma máquina fotográfica, em fotografias comidas pelo tempo, abandonadas pelo "frenetismo" dos dias, com felicidade estampada, revelações com muitos problemas ainda por conhecer, com muita vida ainda por viver.
Não há algo de límpido numa folha nova, branca, sobre uma mesa de vidro, tão frágil, tão forte, tão pequena, tão poderosa?
Não há algo de lindo nos sonhos? Nos sonhados acordados, e não a dormir. Nos sonhos conscientes: aqueles que construímos e vamos compondo, pintando, todos os dias.
E que dizer sobre as pessoas? Sobre as pessoas ricas, fortes, interessantes, curiosas, vivas, agitadas, preocupadas, emotivas, crentes, fiéis, corajosas, apaixonadas.
São elas, e nada mais que elas, que guardamos em caixas. captamos em fotografias. Passamos para folhas brancas. E compomos em sonhos. Todos os dias. Pelo menos todos os dias em que vivemos.

terça-feira, julho 26, 2011

I'm not there yet, but some day, some day... we'll see



Roma e Pavia não se fizeram num dia... Devagar se vai ao longe...
Ou, pelas palavras duma amiga, não queiras mudar tudo num dia.
Mais, as pessoas não mudam, "só se tornam mais iguais a si próprias". A tornar-me cada vez mais igual a mim. I am not there yet.. but one day, one day i'll be!

domingo, julho 17, 2011

"(…) Uma mulher não perdoa uma única coisa no homem: que ele não ame com coragem. Pode ter os maiores defeitos, atrasar-se para os compromissos, jogar futebol no sábado com os amigos, soltar gargalhada de hiena, pentear-se com franjinha, ter pêlos nas costas e no pescoço, usar palito de dente, trocar os talheres de um momento para outro. Qualquer coisa é admitida, menos que não ame com coragem.
Amar com coragem não é viver com coragem. É bem mais do que estar aí. Amar com coragem não é questão de estilo, de gosto, de opinião. Não se adquire com a família, surge de uma decisão solitária. Amar com coragem é caráter. Vem de uma obstinação que supera a lealdade. Vem de uma incompetência de ser diferente. Amar para valer, para dar torcicolo. Não encontrar uma desculpa ou um pretexto para se adaptar, para fugir, para não nadar até o começo do corpo. Não usar atenuantes como “estou confuso”. Não se diminuir com a insegurança, mas se aumentar com a insegurança. Não se retrair perante os pais. Não desmarcar um amor pela amizade. Não esquecer de comentar pelo receio de ser incompreendido. Não esquecer de repetir pela ânsia da claridade. Amar como se não houvesse tempo de amar. Amar esquisito, de lado, ainda amar. Amar atrasado, com a respiração antecipando o beijo. Amar com fúria, com o recalque de não ter sido assim antes. Amar decidido, obcecado, como quem troca de identidade e parte a um longo exílio. Amar como quem volta de um longo exílio.(…)
Amar com coragem, só isso."

Fabrício Carpinejar.

quarta-feira, junho 29, 2011



Para mudar alguma coisa, começa por te mudar a ti, não é?
Odeio clichés. Principalmente os verdadeiros...

quarta-feira, junho 22, 2011

Instinto ou controlo?


Truques, aparências, estratégias para mostrares aquilo que não sentes, aquilo que não és. Capas que vestes e te expõem da maneira errada, que fazem crer que és outra coisa. Mentiras que dizes a ti próprio. Como pedaços de fita cola meio ranhosos a repararem canos rotos... Mais tarde ou mais cedo, é certo que vai falhar. Não aguentas muito tempo numa armadura. O teu corpo vai crescendo, e deixas de caber nessa capa rígida.

Honestidade, transparência. Olhos falantes- um grande mal, eu que o diga. Caras que não escondem nada por mais estuque que lhes ponhas em cima. Lágrimas que caem quando não devem, como não devem. Impulsividades pouco contidas, ou não contidas de todo. Bagagens que se vão deixando por aí, bombas às vezes, para aliviar as costas. Umas vezes aliviam; noutras, porém, fazem estragos.

Qual o meio ponto? Até que ponto seguir uma ou outra corrente?
Quando ser genuína, quando seguir a intuição que dificilmente falha? Se não estamos bem com qualquer coisa, muito provavelmente a nossa natureza tem uma mensagem para nós, que nos pede que leiamos.
Mas, por outro lado, não devemos ser mais estrategas nalgumas fases, esperar pelas oportunidades certas, controlar vontades descabidas, para não deitar tudo a perder e chegar a melhor porto?

Neste campo, chegar às perguntas em si já me satisfaz muito. As respostas, nunca as vou ter. Mas as perguntas vão ajudar-me a decidir. Nesse limiar a que chamamos razão-emoção. Tão devastado nos momentos mais emotivos.

segunda-feira, junho 20, 2011

Há males que vêm por bem


Há mesmo males que vêm por bem. Momentos-chave que ditam muita coisa, mudanças, oportunidades mascaradas de chatices. A vida acontece enquanto estamos a fazer os nossos planos, dizia alguém, e nada mais verdadeiro!
Achamos que temos um plano para tudo mas é a vida que tem um plano para nós. Às vezes a opção sensata está debaixo do nariz, e é aquela que decidimos logo excluir.