quarta-feira, janeiro 26, 2011

Que país é este?
Carlos Silvino desmente tudo o que confessou, que o envolvia criminalmente não só a ele como a uma série de sujeitos acusados de cometerem dezenas de crimes pedófilos. Este caso tem 8 anos, as vítimas são adultas e têm as vidas marcadas para sempre. Há provas de gravações telefónicas nojentas, casas identificadas que foram usadas para os crimes, e muita, muita polémica, num caso que me parece que leva ainda mais alguns anos até estar completamente claro.
Escolas privadas com 90 caixões na Avenida 5 de Outubro a revoltarem-se contra o corte das ajudas do Governo ao Ensino Privado. (Se calhar, o nosso Governo é bem mais comunista do que muitos julgam.)

Assim lido preto no branco soa ridículo não soa?

sábado, janeiro 22, 2011

Desafios



Deixas um espaço para mim? Espaço não é tempo. O espaço é feito de memórias, de sorrisos, de atenção, de consideração. De amor. E não de muito mais.
Às vezes, parece que a vida é injusta, que nos obriga a deixar um lugar quente e confortável, e a partir para a selva, que nos quer roubar cabeça. Mas cabeça não é espaço. Há sempre espaço para o que importa, mesmo quando a cabeça anda cheia, quando a agenda não perdoa. Aliás: é mesmo nesses momentos que arranjamos mais espaço para amar. E que esse verbo ganha força.
Impressionante como, por vezes, parece que conhecemos verbos fortes, pesados, adultos, cheios da palavra compromisso, em letras miudinhas, como contra-indicação. Mas não, se o amor é uma droga, a única contra-indicação que lhe encontro (não, não é o compromisso) é outra. O compromisso não dói, não magoa, não atrofia, não fecha, não limita. A contra-indicação chama-se dependência ou, na vertente que mais gosto, entrega. Entrega, acima de tudo, de palavras, de actos, de espaço. Não de tempo. O tempo que queremos para nós, para a nossa vida, para delinear o nosso futuro, é aquilo que quem nos ama quer para nós. Estou a falar do espaço da sinceridade, do sentimento, e a ausência de medo.
De gritar que se ama, de gritar que se tem saudades, de dizer baixinho que dói (mesmo se dói bem beeem alto).
O amor é a força mais estranha do mundo, que todos achamos que conhecemos, mas que só sentimos quando os anos passam. Mas, a meu ver, querer ver os anos passar é a prova de que o amor pode durar. Com contra-indicações, com tudo o que vier. Porque há "desafios", e depois também uma outra espécie, a que gosto- com muito carinho- de chamar "desafios bonitos".
E tu és o maior deles.