terça-feira, junho 15, 2010

à procura


estou à procura daquele tom que te descreva. daquela música que fale de ti, daquele livro que te conte. daquela chuva que seja o teu toque, daquele vento que seja o teu arrepio, daquela queda que seja a tua batida, daquele cheiro que te traga consigo. daquela manhã que te acorde devagar, daquela noite que te faça ceder de cansaço, daquela tarde que te mate de calor. daquele dia que te faça rir. daquele jogo que seja a tua vitória, daquela notícia que seja a tua glória. daquele olhar que te prenda, daquele beijo que te rompa, daquele abraço que te afogue. daquele olhar para o céu que te mostra o sentido, daquele voo que te leva para longe, daquela chegada que nunca sai de ti.
estou à procura do dia em que descobres mesmo quem sou. do dia em que nos cruzamos para não perdermos mais o rumo disto, do dia em que vou aí e de arranco da imagem. em que o corpo toma vida, em que a alma ganha cor, em que o dia ganha sentido. estou à procura desse dia!

domingo, junho 06, 2010

o que pesa mais na tua vida? qual é o momento mais pesado, a coisa ou a pessoa? o que é que te move?

sexta-feira, junho 04, 2010



a vida é curiosa. de um momento para o outro faz-te perder o jeito todo quando te surpreende com aquela memória antiga, que não espreras, que achavas que tinha passado, que afinal de contas no passado nem parecia ter uma importância assim tão grande.. mas que agora é pesada, pesada. volta, e faz-te sentir mal com o que não soubeste ser com o que o caminho te deu, com o que ele te ofereceu. com o que perdeste, porque não viste.
não mandas no que sentes, muito menos no que vês. não mandas no que gostas, por vezes também não no que fazes. por mais que te custe, muitas vezes a vida é mesmo levada quase à deriva, e estás sonolento.
veres a realidade é das coisas mais duras. primeiro, porque os teus olhos não te chegam, a verdade é muito maior que eles. e depois porque, para veres as coisas como elas são, tens que aceitar a presença dum seu suposto inimigo: o sentimento. dois polos que não vivem separados.
e depois do rio passar, parece tudo claro. o teu sorriso parace brilhar mais do que nunca, assim, rasgado e franco. a tua delicadesa parece a coisa mais doce, a tua voz soa de outra forma. vejo-te noutra dimensão. vejo o que não fomos num espaço novo. quente, especial, confortável. perdido.
e não sei se és tu que já não estás. eu é que fui, e não sou mais.
como tudo na vida, vai-se perdendo. e eu perdi-me de ti.