sexta-feira, junho 04, 2010
a vida é curiosa. de um momento para o outro faz-te perder o jeito todo quando te surpreende com aquela memória antiga, que não espreras, que achavas que tinha passado, que afinal de contas no passado nem parecia ter uma importância assim tão grande.. mas que agora é pesada, pesada. volta, e faz-te sentir mal com o que não soubeste ser com o que o caminho te deu, com o que ele te ofereceu. com o que perdeste, porque não viste.
não mandas no que sentes, muito menos no que vês. não mandas no que gostas, por vezes também não no que fazes. por mais que te custe, muitas vezes a vida é mesmo levada quase à deriva, e estás sonolento.
veres a realidade é das coisas mais duras. primeiro, porque os teus olhos não te chegam, a verdade é muito maior que eles. e depois porque, para veres as coisas como elas são, tens que aceitar a presença dum seu suposto inimigo: o sentimento. dois polos que não vivem separados.
e depois do rio passar, parece tudo claro. o teu sorriso parace brilhar mais do que nunca, assim, rasgado e franco. a tua delicadesa parece a coisa mais doce, a tua voz soa de outra forma. vejo-te noutra dimensão. vejo o que não fomos num espaço novo. quente, especial, confortável. perdido.
e não sei se és tu que já não estás. eu é que fui, e não sou mais.
como tudo na vida, vai-se perdendo. e eu perdi-me de ti.
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