quarta-feira, abril 21, 2010

nevoeiro

o nevoeiro deixa os meus olhos chorosos e o sorriso chato a pender-me dos lábios. abraço-me, dentro desse casaco branco que pesa menos que a saudade, e deito a cabeça no regaço. no meu próprio regaço. quase que sinto esse teu toque que nunca senti. quase que sinto a essência do mundo a tocar-me nos braços, enquanto sussura versos soltos que não são para se compreender.
o sol quase se ri de mim, a deixar em seu lugar um vento frio que me recolhe às minhas próprias muralhas, que me deixa a navegar nos meus pensamentos. à superfície, muito à superfície.
de onde estás, também vês o mar. e eu queria estar contigo. ninguém tem que passar pela provação de enfrentar o seu mar sozinho, ninguém devia ter que ouvir as suas nuvens inconscientes no ribombar da melancolia, nem escutar o sopro mais fundo do desejo que se solta sem querer num dia de nevoeiro.
devias chegar e beijar o meu medo de naufragar. não sei é se serias capaz de amar....

10/07/2009

Sem comentários:

Enviar um comentário