naqueles dias em que não escreves, é porque sentes muito. sentes a prémio.
não precisas de escrever, basta-te pensar. não precisas de agarrar, basta-te aflorar. porque aquilo de que precisavas ficou no ar, suspenso. qual nuvem roxa e palpitante em que pegas quando fechas os olhos e não estás mais cá.
e é nesses dias que, sem quereres, estás mais acompanhada do que nunca. é nesses dias que tens, sem possuires, como a Lídia do Fernando Pessoa. desenlacemos as mãos, pousemos as rosas no colo.
o teu lado cego não está mais lá. vês tudo o que a intuição te entrega, podes sentir as coisas no teu timing, à tua maneira. não cais. repetes a imagem as vezes que queres.
mas, de uma qualquer forma requintada, tens mais certezas que nunca.
está tudo em ti, para ti, contigo.
fecha os olhos. o que vês?
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