quarta-feira, junho 29, 2011
quarta-feira, junho 22, 2011
Instinto ou controlo?
Truques, aparências, estratégias para mostrares aquilo que não sentes, aquilo que não és. Capas que vestes e te expõem da maneira errada, que fazem crer que és outra coisa. Mentiras que dizes a ti próprio. Como pedaços de fita cola meio ranhosos a repararem canos rotos... Mais tarde ou mais cedo, é certo que vai falhar. Não aguentas muito tempo numa armadura. O teu corpo vai crescendo, e deixas de caber nessa capa rígida.
Honestidade, transparência. Olhos falantes- um grande mal, eu que o diga. Caras que não escondem nada por mais estuque que lhes ponhas em cima. Lágrimas que caem quando não devem, como não devem. Impulsividades pouco contidas, ou não contidas de todo. Bagagens que se vão deixando por aí, bombas às vezes, para aliviar as costas. Umas vezes aliviam; noutras, porém, fazem estragos.
Qual o meio ponto? Até que ponto seguir uma ou outra corrente?
Quando ser genuína, quando seguir a intuição que dificilmente falha? Se não estamos bem com qualquer coisa, muito provavelmente a nossa natureza tem uma mensagem para nós, que nos pede que leiamos.
Mas, por outro lado, não devemos ser mais estrategas nalgumas fases, esperar pelas oportunidades certas, controlar vontades descabidas, para não deitar tudo a perder e chegar a melhor porto?
Neste campo, chegar às perguntas em si já me satisfaz muito. As respostas, nunca as vou ter. Mas as perguntas vão ajudar-me a decidir. Nesse limiar a que chamamos razão-emoção. Tão devastado nos momentos mais emotivos.
segunda-feira, junho 20, 2011
Há males que vêm por bem
Há mesmo males que vêm por bem. Momentos-chave que ditam muita coisa, mudanças, oportunidades mascaradas de chatices. A vida acontece enquanto estamos a fazer os nossos planos, dizia alguém, e nada mais verdadeiro!
Achamos que temos um plano para tudo mas é a vida que tem um plano para nós. Às vezes a opção sensata está debaixo do nariz, e é aquela que decidimos logo excluir.
domingo, junho 12, 2011
Ninguém olha para dentro de ti: olha tu! Não tenhas medo. Nunca ninguém vai estar tão perto de ti. Nunca. A única coisa capaz de contradizer as lógicas da lógica é tudo menos lógica, mas mantém o Mundo coeso: e chama-se Amor. Podemos dizer que Ele o conhece- e ele também. Mas não tenhas medo se ele não viu bem- Ele vê, e conhece um tipo que não precisa de óculos para chegar lá.
Mas, aconteça o que acontecer "Não tenhas medo de ser fraca, não te sintas demasiado orgulhosa por seres forte." Continua. Qual é o sentido de parares? Quando menos esperas, pimbas, uma surpresa.
Um dia, de repente, parece que alguém te olha por dentro, qual Blimunda disfarçada. Num minuto, sentes-te mais nua e fria que nunca. Tens medo... Claro! Contaram-te que nunca te iam olhar por dentro. Mas aparece assim, sem aviso, uma lógica que contraria as lógicas. Percebes que o motivo da tua vida, o ponto onde começa, o ponto onde acaba, a engrenagem que a faz continuar, é feita desse material ilógico, escorregadio, tremendo e gigante chamado Amor. Que até que pode fintar, mas que importa? Já o encontraste. Sabes como é. Podes morrer no minuto a seguir. Metade do que vieste cá fazer está ali, nos olhos de alguém que te transtorna, metade do que vieste cá fazer está ali presa. Apetece-te congelá-la, não é? Mas porquê?
A outra metade está em ti. És tu. Está nos teus olhos. Está lá quando ris, mas está lá mesmo, na superfície, quando choras, quando sofres. Quem não tem coragem de o fazer, está claro que não conhece essa força: não conhece A força. A força d'Ele. Quem tem garra para o fazer, fica com o melhor da festa. Quem tem tempo para pensar na engrenagem disto, chega ao ponto: a vida não está naquele instante; aquele instante é que pode ser a vida. Depois, é hora de arrumar a bagagem, qualquer que seja. Doce, amarga, agridoce. E partir, numa estrada normalmente cinzenta e esburacada- claro, não és a primeira pessoa que a segue!- mas sempre com esse brilho no pensamento. Podes pensar que um dia vais voltar ao local onde foste feliz. Mas, dizem- não o sei, talvez um dia o descubra- não devemos voltar ao local onde fomos felizes. Talvez porque seja essa a sua função. Fazer-nos felizes, mostrar-nos a força, e dar-nos garra para continuar, para espalhar. E para o encontrar. Na forma que quisermos. Podemos procurá-Lo, ou podemos encontrá-Lo nele. Mas onde quer que ele se esconda, é mesmo lá que nos quer- na estrada que já muitos percorreram, de mil maneiras, de mil cores diferentes. Não há um caminho, pois não? Vamos construí-lo. A partir dos olhos que olham para dentro de nós.
Mas, aconteça o que acontecer "Não tenhas medo de ser fraca, não te sintas demasiado orgulhosa por seres forte." Continua. Qual é o sentido de parares? Quando menos esperas, pimbas, uma surpresa.
Um dia, de repente, parece que alguém te olha por dentro, qual Blimunda disfarçada. Num minuto, sentes-te mais nua e fria que nunca. Tens medo... Claro! Contaram-te que nunca te iam olhar por dentro. Mas aparece assim, sem aviso, uma lógica que contraria as lógicas. Percebes que o motivo da tua vida, o ponto onde começa, o ponto onde acaba, a engrenagem que a faz continuar, é feita desse material ilógico, escorregadio, tremendo e gigante chamado Amor. Que até que pode fintar, mas que importa? Já o encontraste. Sabes como é. Podes morrer no minuto a seguir. Metade do que vieste cá fazer está ali, nos olhos de alguém que te transtorna, metade do que vieste cá fazer está ali presa. Apetece-te congelá-la, não é? Mas porquê?
A outra metade está em ti. És tu. Está nos teus olhos. Está lá quando ris, mas está lá mesmo, na superfície, quando choras, quando sofres. Quem não tem coragem de o fazer, está claro que não conhece essa força: não conhece A força. A força d'Ele. Quem tem garra para o fazer, fica com o melhor da festa. Quem tem tempo para pensar na engrenagem disto, chega ao ponto: a vida não está naquele instante; aquele instante é que pode ser a vida. Depois, é hora de arrumar a bagagem, qualquer que seja. Doce, amarga, agridoce. E partir, numa estrada normalmente cinzenta e esburacada- claro, não és a primeira pessoa que a segue!- mas sempre com esse brilho no pensamento. Podes pensar que um dia vais voltar ao local onde foste feliz. Mas, dizem- não o sei, talvez um dia o descubra- não devemos voltar ao local onde fomos felizes. Talvez porque seja essa a sua função. Fazer-nos felizes, mostrar-nos a força, e dar-nos garra para continuar, para espalhar. E para o encontrar. Na forma que quisermos. Podemos procurá-Lo, ou podemos encontrá-Lo nele. Mas onde quer que ele se esconda, é mesmo lá que nos quer- na estrada que já muitos percorreram, de mil maneiras, de mil cores diferentes. Não há um caminho, pois não? Vamos construí-lo. A partir dos olhos que olham para dentro de nós.
sexta-feira, junho 03, 2011
Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (…) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.
(Antoine de Saint-Exupéry, in “Cidadela”)
(Antoine de Saint-Exupéry, in “Cidadela”)
Não confundir o amor com a paixão dos primeiros momentos, que pode desaparecer. O verdadeiro carinho cresce na medida em que os dois estão mais unidos, porque partilham mais. Mas para partilhar é preciso dar. Dar é a chave do amor. Amor significa sempre entrega, dar-se ao outro. Só pelo sacrifício se conserva o amor mútuo, porque é preciso aprender a passar por alto os defeitos, a perdoar uma e outra vez, a não devolver mal por mal, a não dar importância a uma frase desagradável, etc. Por isso o amor também significa exceder-se, fazer mais do que é devido.
(J. L. Lorda)
(J. L. Lorda)
quinta-feira, junho 02, 2011
As pessoas surpreendem-me. Melhor surpreendem-me que desiludem-me. Claro que também me desiludem, mas fazem mais que isso. São, mais frequentemente do que gostaria, exactamente o contrário do que espero. Mas isto é bom! Mostra-me que, de onde pouco espero, muito vem. E isto nos momentos mais oportunos. Quase que dá vontade de agradecer às pessoas quando nos dão boas surpresas. E às vezes a esmola é tanta... que já se sabe o que o pobre faz. Injustamente! Porque o que temos é sempre infinitamente maior do que pensamos. E isso sei-o graças a essas pessoas que me vão...surpreendendo. As que o fazem para o bem, mas também as que o fazem para o mal. Os dois lados da moeda são precisos, ou o ensinamento não vem claro.
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